terça-feira, 4 de maio de 2010

DEVO APRENDER A COMO INTERPRETAR A BÍBLIA? (Continuação) de D. A. Carson Princípio II

DEVO APRENDER A COMO INTERPRETAR A BÍBLIA?
(Continuação)
de D. A. Carson

Princípio II
Reconheça Que A Natureza Antitética De Certas Partes Da Bíblia É Um Mecanismo Retórico, Não Um Absoluto. O Contexto Deve Decidir Onde Este É O Caso.

Claro, há antíteses absolutas nas Escrituras que não devemos minimizar de forma alguma. Por exemplo, as disjunções entre as bênçãos e maldições em Deut 27-28 não são mutuamente delimitante: a conduta que invoca as maldições de Deus e a conduta que conquista a sua aprovação se posicionam em campos opostos, e não devem misturar-se ou diluir-se. Mas por outro lado, quando há oito séculos antes de Cristo, Deus diz: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Oseías 6:6), o sistema sacrifical da aliança mosaica não está deste modo sendo destruída. Ao contrário, a antítese do hebraico é uma forma clara de dizer: se o impulso chegar a pressionar, a misericórdia é mais importante do que o sacrifício. O que quer que você faça, você não deve graduar as notas da religião formal; neste caso, holocaustos e outros sacrifícios rituais ordenados, com o reconhecimento fundamental de Deus, ou confundir a dimensão do qual Deus estima a compaixão e a misericórdia com a firmeza com a qual ele exige a observância das formalidades do sistema sacrifical”.

Semelhantemente, quando Jesus insiste que se alguém quer se tornar um discípulo seu, ele deve odiar seus pais (Lc 14:26), não devemos pensar que Jesus está sancionado o ódio aberto dos membros da família. O que está em jogo é que as afirmações de Jesus são mais urgentes e autorizáveis mesmo do que as relações mais preciosas e prezadas, como o paralelo em Mt 10:37 deixa claro.

Algumas vezes a antítese aparente é formada através da comparação de afirmações de duas passagens diferentes. Por um lado, Jesus insiste que a oração de seus seguidores não deveria ser como os balbucios dos pagãos que pensavam eram escutados, por causa das suas muitas palavras (Mt 6:7). Por outro lado, Jesus pôde, em uma outra passagem, contar uma parábola com a lição clara de que seus discípulos deveriam orar com perseverança e não desistir (Lc 18:1-8). Mesmo assim, se imaginarmos que o conflito formal entre as duas injunções é mais do que superficial, nós traímos não só nossa ignorância do estilo de pregação de Jesus, mas também nossa insensibilidade às exigências pastorais. A primeira injunção é vital contra aqueles que pensam que podem persuadir com um jeitinho as coisas de Deus através de orações intermináveis. A segunda injunção é vital contra aqueles cujo compromisso espiritual é tão superficial que suas orações resmungadas de uma só frase é toda a sua vida de oração.

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